terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Pai e Mãe, como ser ou não ser?, eis a questão.

Na postagem "A culpa dos pais", bmello deixou um comentário se referindo a um "psicologismo barato que afirma que tudo tem que ser negociado e que o pai tem que ser antes de tudo um amigo" do filho. Na continuação, bmello coloca que pai e mãe devem antes de tudo, serem pai e mãe. Eu concordo plenamente com a afirmação, embora entenda, e creio que bmello também entende, que a relação entre pais e filhos deve ser a mais amistosa e amável possível. E o que me espanta, é por que e quando os pais resolveram abdicar da hierarquia. Espero não incorrer igualmente em psicologismo barato, mas creio ser um dado -nem digo natural - que o provedor exerça posição de poder. No entanto, parece que garantir a sobrevivência de alguém desde a tenra idade não é mais suficiente. E acho também que a idade com que se tem filhos, cada vez mais tarde, tem alterado a relação pais e filhos. Pais-avós, pais-rotina-de-trabalho, pais-maturidade-profissional... pode ser que tudo isso influencie. A minha convicção é que houve uma mudança no padrão familiar e isso alterou a dinâmica da família e, portanto, de quando ter filhos e como criá-los. Não tenho idade para saudosismos (28 anos), mas o que tenho visto não me parece bom.

Obs: como os padrões de velocidade são estúpidos hoje, o efêmero é a regra, pode ser que 28 anos seja sim uma idade para saudosismos.

3 comentários:

  1. Sim. Você tem pleno direito a saudosismo. É da época que a infância ainda era vivida nas ruas, e os pais impunham limites simples, como o horário de voltar pra casa, o horário do sereno. Hoje nao há ruas, nem limites.

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  2. Quando você era moleque não tinha internet nem celular, dá pra ser saudosista numa boa.

    Essa molecada tá demais viu, eu demorei muitos anos pra enfrentar a autoridade do meu pai. Foi tipo um marco, uma conquista que ajudou na minha maturidade (apesar de eu ainda ser muito imaturo na época). Como essa molecada vai amadurecer desse jeito? Não sei, vamo ver no que vai dar.

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  3. Penso que não há regras para criação dos filhos. Elas simplesmente vão surgindo no decorrer do crescimento relação pais e filhos. Fui mãe jovem e cheia de dúvidas e inseguranças, mas tinha certeza de uma coisa, limite. A hierarquia precisa estar presente, por menor ou maior que seja a diferença de idade. Ainda não sei se errei, mas acho que nesses 16 anos em que sou mãe acertei mais. E sou a favor do limite, das regras, dos horários. E saudosismo é obrigatório pra quem viveu a infância na década de 80.

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